sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Joãozinho Semente de Maçã

(Do extinto "Casa da Infância/Spaceblog")
 
 
 
 
(lenda dos colonizados norte-americanos, traduzida por Karin E. Stach)
Era uma vez, um menino chamado Joãozinho, ele gostava muito de comer maçãs e ficava muito feliz ao ver as pequenas sementinhas marrons e lustrosas que dormiam lá dentro. Um dia sua mãe lhe contou que cada uma dessas sementinhas poderia transformar-se numa macieira, se fosse posta na terra, aquecida pelo sol, regada pela chuva e abençoada por Deus.
Joãozinho então começou a juntar as sementinhas e todo o mundo chamava-o Joãozinho Semente de Maçã. Quando já havia juntado uma boa porção, pediu a sua mãe:
__Por favor, mãezinha, costura-me uma bolsinha para que eu possa guardar as minhas sementes!
A mãe pegou um retalhinho de pano e costurou uma bolsinha onde Joãozinho os as sementes.
Quando a bolsinha ficou cheia, ele foi falar com sua mãe:
__Por favor, mãezinha, costure uma bolsa maior para minhas sementinhas!
A mãe pegou um retalho maior, costurou uma bolsa maior para Joãozinho pôr as sementinhas nela. E quando essa bolsa também ficou cheia, Joãozinho foi pedir mais uma vez à sua mãe:
__Por favor, mãezinha, costure uma bolsa maior para minhas sementinhas!
Depois que a bolsa ficou cheia ele foi pedir mais uma vez à sua mãe, e ela então pegou um pano bem grande e costurou um grande saco.
Quando este saco ficou cheio, Joãozinho já era João, um jovem, e disse a sua mãe:
__Agora irei pelo mundo e plantarei as sementes, para que todas as crianças possam se alegrar com as maçãs.
E preparou-se para a viagem: sapatos ele não tinha, mas estava acostumado a andar descalço e as solas de seus pés estavam bem grossas; na cabeça pôs uma panela; numa mão levou um bastão; e no ombro o saco com as sementes. Mas levava também um livro cheio de orações e histórias santas para pedir a benção de Deus.
Assim disse adeus à sua mãe e saiu cantando:
”O bom Deus cuida de mim,
Eu vou cantando assim:
Agradeço seus presentes.
A chuva, o sol e as sementes”
Por onde João Semente de Maçã passava, ele plantava as sementinhas. Às vezes, ele passava a noite numa fazenda ou ficava uns dias ajudando por lá. Quando se despedia espalhava as sementinhas de maça em volta da casa. Eles teriam um belo pomar um dia!
Ele continuou caminhando, caminhando, caminhando, sempre seguindo o sol, até que um dia não pôde continuar: ele havia chegado ao mar e o saco estava vazio. Durante o inverno ficou morando com uns amigos e na primavera quando tomou o seu caminho para voltar para casa, a primeira plantinha de maça que encontrou já havia crescido e não era maior que seu dedo mindinho. As próximas plantinhas já tinham o tamanho de seu dedo anular, outras estavam como o dedo médio e algumas já tinham o tronco da grossura do seu polegar. Continuou andando e foi encontrando árvores cada vez maiores, primeiro do tamanho de sua mão, depois Do comprimento do seu antebraço, e do comprimento do braço todo. E cada vez maiores estavam, até que ele chegou em casa. Lá as árvores estavam da altura dele. Sua mãe ouviu-o chegar cantando:
“o bom Deus cuida de mim
e vou cantando assim:
Agradeço seus presentes
a chuva, o sol e as sementes.”
Ela correu a encontrá-lo e deu-lhe uma maça que havia amadurecido nas suas árvores.
Essa e a história de Joãozinho Semente de Maçã.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Papel Artesanal

(Do extinto "Casa da Infância/Spaceblog")
 
 
 
 
 
 
 
 
Em novembro de 1988, foi publicado um artigo na Revista Nova Escola, com o título “A alegria de transformar sucata em folhas de papel”, mencionando que em Planaltina (DF), duas professoras de Educação Artística – Vidalvina Oliveira, que na época pesquisava sobre papel artesanal e Marilda Cenci, que se tornou a orientadora de alunos das antigas 5ª a 8ª séries (atuais 6º ao 9º anos) ensinavam seus alunos a fabricar papel.

 O papel produzido a partir de material reciclado (caixas de ovos, papelão, restos de jornais e revistas, aparas etc.) ou de fibra vegetal (pétalas de flores, palha de arroz, casca de cebola ou de grão de soja, folha de bananeira etc.) garantia uma grande variedade de texturas e estava substituindo a cartolina utilizada para o desenho, pintura e xilografia, com perfeição.

 Vidalvina garantia que a “produção de papel a partir de material reciclado é bem simples” (diferente daqueles feitos a partir de fibra vegetal, em que a base é o cozimento com soda cáustica).

Para a produção, precisamos seguir os passos de:

1. COLETA DE MATERIAL

É interessante fazer um mutirão de coleta para arrecadar bastante material reciclável: caixas de ovos, papelão, restos de jornais e revistas, aparas de gráficas, embalagens de supermercado ou qualquer tipo de papel usado.

Para trabalhar, será necessário: bacias, um liquidificador um varal, uma esponja, vinagre, pedaços de tecido e tela plástica (do tipo peneira), que se encaixe numa moldura móvel.

 2.PREPARAÇÃO DA POLPA

Todo papel recolhido deve ser picado em pedaços bem pequenos e deixado de molho numa bacia com água, durante uma hora. Depois deste tempo, este papel vai ser transformado em polpa, batendo-se no liquidificador. A mistura de papéis deve ser colocada aos poucos no liquidificador em muita água (uma medida de papel para 03 ou 04 de água).

Derrame a polpa batida numa bacia para fazer a diluição com água, de acordo com o papel que quer produzir: para o mais grosso, menos água; para o papel mais fino, bastante água.

Mexa bem a polpa diluída.

Se não for usar todo o material no mesmo dia, adicione meio copo de vinagre para não mofar e cubra o recipiente, evitando a criação de larvas de moscas. Bem conservada esta polpa pode durar até 15 dias.

 3. COAGEM DAS FOLHAS

No recipiente em que a polpa diluída se encontra, mergulhe a moldura com a tela plástica para formar as folhas. Deixe escorrer a água, apoiando a tela no canto do recipiente. O passo seguinte é retirar a moldura e esticar bem o tecido sobre a tela.

Observe que é a tela emoldura da que dá a forma ao papel.

 4. SECAGEM DAS FOLHAS

Vire o molde sobre uma mesa forrada com jornal. Retire o excesso de água, enxugando o verso com a esponja ou um pano absorvente. Com cuidado levante a tela, dando uma pequena batida para a folha formada se soltar. Aderida ao tecido, a folha está pronta para ir para o varal. Para finalizar, antes que a folha esteja totalmente seca, precisa ser prensada (na ausência de uma prensa, poderá usar duas madeiras pesadas).

É uma matéria bem antiga e bem interessante. De lá para cá muita coisa evoluiu, mas os princípios são os mesmos. No link http://www.comofazerpapel.com.br/assets/comofazerpapel.pdf poderá obter maiores detalhes. Entretanto, com o resumo acima creio ser possível aprender a execução desta arte e estendê-la aos seus alunos e/ou filhos. Além de ecologicamente correta, é uma atividade bastante prazerosa que pode render muitas outros objetos criados a partir do papel!!!

Abraços!

 

FONTE:  Revista Nova Escola, ano III, nº 26, novembro/1988, p.30-33.